A Prefeitura de Saquarema, por meio da Secretaria Municipal da Mulher, realizou nesta quarta-feira, 06, o 1° seminário sobre o Dia Nacional de Mobilização dos Homens Pelo Fim da Violência Doméstica. O encontro reuniu 130 pessoas no Teatro Municipal Mário Lago, no Centro de Saquarema.
Durante o encontro, houve palestras com Paulo Sarcon, representante da Secretaria Estadual da Mulher; Dr. Andrew Maciel, Juíz de Direito da Comarca de Saquarema; Dr. Alexandre Vilela dos Santos, Defensor Público do Estado do Rio de Janeiro; e o Dr. Rodrigo de Figueiredo Guimarães, ex-delegado da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro. O evento foi gratuito e aberto a população, principalmente aos homens.
O dia 6 de dezembro foi instituído como o Dia Nacional de Mobilização dos Homens pelo Fim da Violência contra as Mulheres no Brasil pela Lei nº 11.489/2007. A data busca fazer com que a população reflita sobre o triste episódio que o inspirou: o Massacre de Montreal. Em 1989, na Escola Politécnica de Montreal, Marc Lépine perpetrou um ato brutal, matando 14 mulheres e, em seguida, tirando a própria vida. Este ato de violência extrema gerou comoção global, levando à criação da “Campanha do Laço Branco”. A tragédia revelou a urgência da participação masculina na luta contra a discriminação de gênero. O “Laço Branco” tornou-se símbolo dessa batalha, representando o compromisso dos homens em não perpetuar a violência e em não se calar diante dela. Essa mobilização não é apenas uma lembrança do passado, mas uma chamada à ação contínua.
Inserido na campanha “21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência Contra as Mulheres”, o Dia Nacional destaca a importância dos homens na defesa das mulheres. “Esse foi o primeiro seminário que fizemos, voltado exclusivamente para os homens da nossa cidade. É muito importante que toda a população participe desta campanha para que não haja mais casos de violência doméstica, seja sexual, patrimonial, física, ou qualquer outra”, afirmou Márcia Azeredo, Secretária Municipal da Mulher.
Os dados alarmantes do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, revelados na pesquisa “Visível e Invisível: A Vitimização de Mulheres no Brasil”, enfatizam a relevância dessa mobilização. Durante a pandemia de covid-19, cerca de 17 milhões de mulheres brasileiras (24,4%) acima de 16 anos enfrentaram algum tipo de violência. Nesse contexto, destaca-se que os homens não devem apenas evitar a violência, mas também se unir na promoção de espaços femininos e na garantia de condições igualitárias na sociedade.