Nos últimos anos, a produção de farinha de mandioca no município enfrentou uma queda significativa. Das 50 casas de farinha que existiam em Saquarema, atualmente o município conta com apenas quatro unidades, sendo duas no Rio Mole e duas em Palmital.
Com o objetivo de resgatar a tradição e incentivar a produção de produtos na região, a Prefeitura de Saquarema, por meio da Secretaria Municipal de Agricultura, Abastecimento e Pesca lançou um projeto que busca revitalizar as casas de farinha na cidade.
De acordo com o projeto, parte da produção de aipim do Centro Demonstrativo Municipal é doada para as casas de remanescentes, proporcionando a matéria-prima necessária para o processamento. A iniciativa visa perpetuar e preservar as atividades nestes locais, colocando em evidência as tradições culturais do município.
“Este projeto da Secretaria de Agricultura busca não apenas movimentar a economia local, mas também preservar as práticas culturais e fortalecer os vínculos comunitários, assegurando que as casas de farinha continuem sendo um patrimônio vivo do município” disse o Secretário Municipal de Agricultura, Abastecimento e Pesca, Wellington Magalhães.
Responsáveis pelo beneficiamento coletivo, as casas de farinha contam com mão de obra familiar, e, em alguns casos, as atividades eram realizadas de forma consorciada, onde o proprietário recebia a matéria prima para o beneficiamento e oferecia uma porcentagem do material produzido como pagamento pela carga recebida.
Durante a produção de farinha estão inseridos na casa a área de raspagem, a área de lavagem e o ralador do aipim. O processo ainda conta com a retirada da casca, a lavagem e tritura do aipim. Em seguida, a massa do aipim é colocada na prensa para a retirada de água, enviada para a peneira para descompactação, sendo finalizada nos tambores, onde é torrada.
Além da farinha, o processo de produção gera subprodutos valiosos, como a goma, o biju, a sola e a quirera (sobra da goma), que é usada na alimentação animal.